As rotas não dizem
mais nada. O caminho percorrido é agora um fardo e as pegadas se apagaram. Tudo
se apagou. E a lei de seguir em frente coage novamente a observar o passado e
justificá-lo. Pior do que dar sentido às lutas travadas outrora é ter de
desenvolver novas estratégias e imputá-las virtude e nobreza quando se tem uma
mente obscurecida pela culpa de não conseguir ser suficientemente bom, uma
mente sufocada de fracassos. Olhar pra frente e ver que a estrada esta
mergulhada na escuridão e que há abismos nas beiradas. Perceber que os seus
próprios olhos estão cegos e que há rédeas em volta do seu corpo. Um corpo sem
vontade. Mas não podem pôr-lhe rédeas na mente. E a mente divaga tentando
encontrar razões. Será que o viajante não há de encontrar um sorriso de alguém
que lhe diga sem pressa e que lhe peça pra ficar?
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