quinta-feira, 16 de agosto de 2012


E quem pode entender o coração do poeta? Essa fome de amor não correspondido. Esse sofrimento bonito. Essa vontade de desenhar em palavras cada curva de quem ama. Essa solidão movida a cafeína e noites de sono perdidas. Essa obstinação de colocar em palavras o que não pode ser descrito. Nomear sentimentos, espasmos da mente. Essa afeição pelos olhos. Essas sensações imutáveis que resistem ao tempo. Esse ar de passado refeito, mal feito, desfeito. Essa saudade incurada. Esse apego ao que sente, mesmo quando causa dor. Essa ciência dos males do amor. Essa pressa de tirar o que tem dentro de si e colocar no papel. Esse jeito de refugiar-se nas palavras. De procurar paz entre os muros de guerras. De desejar de olhos fechados. De observar o passar dos dias e achar beleza nas coisas mais banais. Essa contemplação do trivial. Essas palavras, sentimentos escritos. Quem pode entender o coração do poeta? Esse eu lírico lacônico, dono de um amor misterioso, que sente tanto que o teu pensamento vira poesia.

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