Não sei não, acho
que as coisas não tão encaminhando pra um bom destino. Me distraí e os meu pés
desviaram para uma nova rota que as circunstâncias se encarregaram de traçar.
Eu cansei e fechei os olhos por um tempo, quando abri estava perdida. Não,
talvez já estivesse perdida antes e me fiz de cega porque não fazia mais
diferença que direção tomar. E agora, mesmo que eu tenha certeza de que estou
indo para algum precipício, eu não ligo. Minha consciência me diz que tenho de
fazer alguma coisa, achar o rumo certo, mas meu corpo está latente e o resto de
mim, invulnerável. O desespero que outrora me tomava, pareço nunca ter
conhecido, o certo e o errado simplesmente não são nada além de conceitos que
nada expressam, incertos e até utópicos. O meu eu, o mundo, as certezas parecem
ter se fundido num processo de perdas e abandonos. O dano não me causa dor. Como
se eu fosse um mal sem remissão. Como se eu fosse carregada pelo tempo e o
espaço pra um destino incerto até mesmo sobre a existência de um destino. O
curioso é que nem a complexidade nem as possíveis conseqüências disso me
intrigam. No que me é inerente, deixo os dias passarem sem esperar que o amanhã
traga novos ventos, sem ansiar por melhoras, sem criar expectativas. Só sigo no
sentido que me arrasta, que talvez seja em frente, mas isso é outra coisas que depende
do ponto de vista.
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